Dia Internacional da Mulher

Mulheres - um dia de paz para vocês


Dia internacional da Mulher, semana da mulher, homenagem a mulher e muito mais numa semana em que as mulheres ocupam o imaginário humano e quiçá masculino. Como alguém que tenta comentar o cotidiano e inserir algo edificante em nossa vida, procurei pensar em como falar dessa semana e dessas personagens tão especiais. E fiz a escolha: noticiário.

E no noticiário da manhã uma notícia: 440 mil partos de meninas-adolescentes no Brasil pela rede pública. Segundo o Alexandre Garcia o número pode bater na casa dos 600 mil se considerarmos os partos fora da rede pública. Meu coração chorou. Minha alma sangrou. Pensei na Natalia, minha filha, uma moça de 25 anos. Ainda estudando, se formando, começando a vida. Um dia vai me dar um neto, com certeza, que será tão lindo como ela. Que privilégio o meu.

Mas quantas Natalias, Marias, Joanas, Franciscas, Anas e outras mães aos doze, treze, quatorze anos de idade? A mesma notícia nos contou que na sexta uma mãe, em Brasília, levou sua filha de treze anos para o parto. E não compareceram: nem o pai da menina nem o pai do bebê. Como ficamos nessa história, enquanto igreja? Qual nossa resposta? Qual o nosso papel diante deste quadro trágico?

Confesso não ter a resposta, mas garanto uma coisa: a resposta não é a que foi dada pelo programa seguinte ao jornal, o programa da Ana Maria e seu papagaio. No programa seis ou sete mulheres e um rapaz (ator global) discutiram a mulher de hoje. E o tema foi a futilidade do botox; a quantidade aceitável de lipos; os modelos de roupas; o comportamento dos homens. Nenhum comentário sobre a notícia anterior.

E não fica difícil entender porque tantas meninas são mães precocemente: a futilidade da vida parte exatamente dos formadores de opinião. Feliz dia das Mulheres para as que desejam realmente ver algo diferente acontecendo para as mulheres nesses dias.