Frases para pensar


No dia em que eu temer, hei de confiar em ti. Salmos 56:3

domingo, 17 de julho de 2011

Dúvidas de uma pós-moderna. Como cristão, e aí?

Como muitos de vocês sabem eu consegui a bênção e o milagre de estar atualmente estudando na UERJ, curso de Direito. Estou no centro de um caldeirão onde fervilham política, ideias, militâncias e a pós-modernidade está ali saltando aos olhos.

Como bom observador que sou não pude deixar de perceber tendências de comportamento entre os meus colegas de turma. E seguindo as tendências, logicamente nos aproximamos mais de uns do que de outros. Foi nesse caminho que conheci Camila (troquei o nome, lógico), jovem, nos seus 18 anos, cheia de vida e extremamente antenada com o mundo atual.

Um dia desses conversamos sobre espiritualidade e ela me fez questionamentos, já que "você é pastor, né?". Eu queria morrer antes de ter que responder. Não porque me envergonhe por ser pastor, mas porque sei que uma frase começada assim carrega bombas potenciais em si. E não foi por menos.

Ela me contou porque deixou de ser crente (eu diria: de frequentar uma igreja evangélica). E queria minha opinião "pastoral" sobre sua decisão - se ela estava certa ou não. Seus motivos:
- Intolerância do pastor de sua igreja a algumas questões da pós-modernidade, principalmente o discurso mortal sobre: "pecadores vão para o inferno, especialmente gays e imorais sexualmente". Ela afirmou que sua melhor amiga é lésbica, como ser da igreja então?

- Falta de transparência na igreja. Especialmente sobre as próprias fraquezas e lutas. Achava todo mundo muito forte e poderoso. Mas a espantava também a falta de transparência sobre o uso de recursos da igreja. Uma obra imensa no templo sem definição clara de gastos, pastor trocando de carro na mesma época, etc. (já vimos este filme né?).
- Mas o que a tirou da igreja mesmo? Foi o dia em que pastor implantou a máquina de cartão de crédito e débito, para o recebimento de dízimos e ofertas. Suas palavras para mim: "aí foi demais". E ela me disse que entregava ofertas com maior alegria.


Não quero discutir aqui minhas respostas ao coração inquieto daquela jovem, Posso apenas afirmar que ela ainda confia em minhas opiniões espirituais (ou espiritualizadas, na visão dela). Farei isto em outro post. Quero comentar minha decepção com o status quo da igreja atual.
Ao comentar o assunto com o pastor de uma igreja que conheço o que mais saltou a seus olhos foi a questão da maquininha. Ela defendeu veemente achando Camila uma chata (para dizer o mínimo). E me "explicou pastoralmente" sua visão: na sua igreja as pessoas amam dizimar e ofertar nos cartões, afinal assim elas acumulam pontos (tipo milhagem).

Confesso que me calei, chocado por saber que este pastor lê muito e sabe as diversas opiniões existentes por aí. E fiquei pensando: respondo ou não? Optei por não prolongar a discussão.
Mas me lembrei de algo que li em Philip Yancey: de como Deus o incomodou sobre suas ofertas dadas a instituições de ajuda a órfãos (ele é órfão) e seu pedido de recibo para desconto no Imposto de Renda. Ele se sentiu um impostor, não um doador (aquele em que uma das mãos não sabe o que a outra faz, como Jesus ensinou).

Meu amigo pastor não atentou para a mesquinhez de seus membros. De como somos mesquinhos com este evangelho utilitário, que usa Deus para satisfazer seus anseios mais egoístas. Que oferta ao Senhor, mas espera poder usar a milhagem para satisfazer algo que sua cobiça almeja.
Como esta igreja pode impactar o mundo pós-moderno? Como esta igreja verá Graça em ação transformando homossexuais, ao invés de condená-los ou "treiná-los" a um comportamento religioso aceitável? Como uma igreja utilitária será transparente sobre seus próprios fracassos e assim agirá para ser agente de mudança nas fraquezas e fracassos alheios?

Com estas questões em mente saio para trabalhar. E ao encontrar gente perdida neste domingo entrando em meu táxi, oro a Deus para ter algo relevante e bíblico para dizer. E principalmente, não apresentar um Deus-servo, mas um Deus-senhor, soberano, que ainda é o mesmo, hoje e sempre. Não gente, não vou a um templo, mesmo sendo domingo. Serei igreja onde eu estiver.

Graça e paz, sempre.

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  • A Serpente do Paraíso - Lutzer
  • Alma Sobrevivente - P. Yancey
  • Anseio Furioso de Deus - Brennan Manning
  • Chega de Regras - L. Crabb
  • Confiança Cega - B. Manning
  • Evangelho Maltrapilho - B. Maning
  • Igreja Orgânica - N. Cole
  • Maravilhosa Graça - P. Yancey
  • O Anseio Furioso de Deus - B. Manning
  • O Caçador de Pipas
  • O Impostor que Habita em mim - B. Maning
  • Reformissão - M. Driscoll
  • Reimaginando a Igreja - F. Viola
  • Sonhos Despedaçados - L. Crabb
  • Ânimo (Corra com os cavalos) - Eugene Peterson