O Brasil foi melhor ontem em campo. Jogou bem, especialmente o ataque com o Kaká, o Robinho e o Fabuloso. O meio campo foi burocrático e pragmático, bem ao estilo Dunga. E a defesa, como sempre teve que levar um gol fora de hora e sem a gente entender porquê.
O jogo emocionou e foi tenso no início. Os marfinenses foram intensos no início, mas depois se perderam e começaram a bater bastante. O Fabuloso fez um golaço: o gol desabafo. E o Brasil seguiu absoluto.
Mas depois do elano fazer um golaço com super jogada do irmão Kaká, veio o gol de mão (que em algumas imagens vemos que começou com o uso da outra mão). Fiz um post rápido na hora do jogo e volto agora para dizer o seguinte: amei a vitória brasileira. Não sou mal humorado como o Dunga (vide Twitter @medeixaDunga).
Mas não posso deixar de fazer um paralelo com o seguinte: a imprensa brasileira chamou este de o gol da copa, o mais lindo, maravilhoso, etc. Não há espaço para a análise crítica. Postei no meu Twitter ontem: placar moral 2 x 1.
O que a igreja tem a ver com isto? Arrisco dizer que culturalmente estamos tão impregnados dessa filosofia "o que importa se houve ilegalidade, chegamos lá?", que é impossível não comparar com estado da igreja brasileira atual.
As crises claras de ausencia de ética em nossas casas de oração; pastores (e sou pastor) manipulando suas ovelhas; jogos de poder e disputa entre denominações; arrecadação de dinheiro do povo sem prestação de contas; manipulação dos carismas em benefício próprio. E o que importa? O que importa é que "o Reino está avançando".
Como no caso do segundo gol do Fabuloso, ninguém se importa. Para mim o gol da copa foi o primeiro: a explosão de fúria e dor do goleador. O desabafo de se saber capaz mas estando impossibilitado temporariamente. O segundo dele não era necessário. Plasticamente belo, éticamente pobre.
Assim tem sido muito da vida da igreja brasileira hoje: estetica bonita, vida do Reino ausente. Fico por aqui pois certamente vou ser chamado de chato. Antes que me xinguem digo: torci demais por uma goleada brasileira. E que venham os próximos, sem gol de mão.
3 comentários:
Oi, Marcus, li seu novo post...
Só quero dizer que o mundo não seria o mesmo sem vc, chato, implicante, amigo, sensível, assim mesmo, como vc é, muito rico.
Deus te abençoe a semana!!!!!PAZ
Insisto que o gol foi legalllll, bonito e emocionante. Eu senti, foi real e valeuuuuuu.Gollllll!!!!
A igreja é outra coisa, o paralelo pode ser feito em enes situações, tudo que falastes sobre ela é real, mas me recuso a aplicá-la neste caso.
Meu caro, o gol foi lindo, deixa de ser chato, deixa eu curtir sossegado, seu estraga prazer.
Mas continuo por aqui, me instiga.
Oi Wilson, instigando ainda mais um pouco: eu também achei o gol lindo, eu também fiquei emocionado, eu também "senti".
O paralelo está aí: muitas vezes a igreja sente que é igreja, mas não vive de verdade o que é igreja.
Estarei produzindo uma série sobre este assunto: rumos da igreja.
Aguarde. mas não fica bravo comigo não, tô aqui para fazer a galera pensar mesmo.
Graça e paz, sempre.
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