Voltando ao fenômeno LOST e sua temporada final. Um dos aspectos a se destacar no primoroso episódio final é sem dúvida a salvação alcançada pelos personagens. Na verdade para alguns deles, outros ainda tinham "um trabalaho a fazer".
Esta visão nos coloca diante de um quadro interessante:
1 - Não havia um salvador específico em LOST - somente o sofrimento e a purgação individualizada. Cada um por si.
2 - Não houve arrependimento em LOST - houve dor, luta, superação humana.
O purgatório final é eclético e ecumênico, o vitral na janela aponta para todo tipo de religião. As "almas losties" (almas perdidas) encontram a luz em um momento de congraçamento sem igual. Parecia a festinha de aniversário do Aaron.
Onde está a figura do salvador? Onde se encaixa o Cristo que cremos? Não há isto em LOST: a salvação é alcançada através de uma jornada de sofrimento. Extremamente ligada a um processo cármico final - cada recebe o que merece. Não existe a possibilidade de alguém pagar o preço em meu lugar. O preço foi pago com muito sangue, suor e lágrimas - individuais.
Esta situação nos remete à segunda questão: não há arrependimento em LOST. Como não há arrependimento, apenas o sistema de fez/levou; aqui se faz, aqui se paga; também se exclui da fórmula a figura de um soberano a quem se deve prestar contas.
Um Deus soberano, que ama perfeitamente os losties, mas que é ao mesmo tempo perfeito em justiça é desconsiderado na trama. É cada um por si e (quem?) por todos. LOST deixa claro a ênfase no processo de aperfeiçoamento humano, individual, pessoal. Sem Deus, sem arrependimento, sem um salvador.
LOST é ótima para nos confrontar em nossas escolhas éticas, mas não nos ensina a redenção através de um caminho ao coração do Pai. Afinal, o pai do homem ciência/fé não o salvou, pois morreu e apenas virou porteiro do salão da Luz.
Em breve mais um artigo sobre as perguntas não respondidas de LOST.
Nele que nos salva, graça e paz.
O purgatório final é eclético e ecumênico, o vitral na janela aponta para todo tipo de religião. As "almas losties" (almas perdidas) encontram a luz em um momento de congraçamento sem igual. Parecia a festinha de aniversário do Aaron.
Onde está a figura do salvador? Onde se encaixa o Cristo que cremos? Não há isto em LOST: a salvação é alcançada através de uma jornada de sofrimento. Extremamente ligada a um processo cármico final - cada recebe o que merece. Não existe a possibilidade de alguém pagar o preço em meu lugar. O preço foi pago com muito sangue, suor e lágrimas - individuais.
Esta situação nos remete à segunda questão: não há arrependimento em LOST. Como não há arrependimento, apenas o sistema de fez/levou; aqui se faz, aqui se paga; também se exclui da fórmula a figura de um soberano a quem se deve prestar contas.
Um Deus soberano, que ama perfeitamente os losties, mas que é ao mesmo tempo perfeito em justiça é desconsiderado na trama. É cada um por si e (quem?) por todos. LOST deixa claro a ênfase no processo de aperfeiçoamento humano, individual, pessoal. Sem Deus, sem arrependimento, sem um salvador.
LOST é ótima para nos confrontar em nossas escolhas éticas, mas não nos ensina a redenção através de um caminho ao coração do Pai. Afinal, o pai do homem ciência/fé não o salvou, pois morreu e apenas virou porteiro do salão da Luz.
Em breve mais um artigo sobre as perguntas não respondidas de LOST.
Nele que nos salva, graça e paz.
2 comentários:
Muito bem colocado!
Acredito que os roteiristas colocam Jesus, representado por Christian Shephard, como mais um no panteão de possibilidades de orientação espiritual.
O fato do personagem abrir a porta deixou muitos fãs cristão alegrinhos,confesso que fiquei contente por ver Jesus representado, mas ao assistir pela terceira vez vi que não era meu Jesus. Concordo com vc,foi como desencargo de consciência afim de agradar os seguidores de uma das maiores representações religiosas do planeta, nada mais.
abraço
Interessante, Pr Marcos. Vou pegar para assistir o fim. Mas o assunto de dimensões paralelas estão sendo estudadas pela mecânica quântica.
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