A fome da multidão

Durante uma meditação e leitura do Evangelho de João encontrei esta passagem que é por demais contemporânea:

Quando o encontraram do outro lado do mar, perguntaram-lhe: "Mestre, quando chegaste aqui? "Jesus respondeu: "A verdade é que vocês estão me procurando, não porque viram os sinais miraculosos, mas porque comeram os pães e ficaram satisfeitos (João 6:25-26).

Esta passagem consta do relato da multiplicação dos pães e do posterior momento de alimentar uma multidão. Durante o milagre muitos afirmam ser Jesus o profeta que deveria vir e tentam fazê-lo rei à força.

Logo depois o Mestre demonstra seu poder aos discípulos andando sobre as águas. Muitas pessoas chegam dos mais diversos lugares para ver Jesus, o multiplicador de pães. Jesus não está lá. Mas a multidão não desiste, a multidão tem fome.

Qual a fome da multidão? Comida que perece, que se estraga, que não permanece para sempre e que não pode saciar a fome de verdade. Será que a multidão mudou de atitude hoje? Jesus falou que as pessoas buscam acumular as coisas deste mundo e nesse esforço tornam-se loucos. 

Ele então nos ensina qual o alimento verdadeiro e definitivo: sua carne, seu sangue. Jesus declara que esta comida sacia a verdadeira fome do homem. E que Ele pode dá-la porque tem autoridade de seu Pai (leia João 6: 25-59).

Ao ler uma passagem tão clara me pergunto: por que a multidão de pessoas que continua a entrar nos templos a que chamam igrejas continua com fome errada? Fome das coisas, dos itens perecíveis, daquilo que é momentâneo e que faz sucesso, mas não constrói a vida eterna?

Deduzo, inclusive olhando para mim mesmo, que a igreja não está sendo ensinada a fazer o que Jesus disse ser necessário em João 6. 28-29: confiar nele. Crer Nele não é o suficiente. Reconhecer seu amor e responder a isto. Isto é confiança. Por seu amor, Jesus merece nossa confiança.

Creio que é hora de começar a amadurecer como cristão. Chego a esta conclusão sobre mim mesmo: ainda como comida que não presta. Porque não confio que Jesus é o Pão da Vida. 

E você caro leitor, sente-se desafiado a mudar? A buscar aquilo que realmente pode saciar sua fome? Indague-se. Reflita. Decida-se.