Hoje, dia 20, pude vivenciar dois momentos especiais em fui como que uma "igreja móvel", isto enquanto dirigia o táxi em que trabalho nas ruas do Rio.
Na primeira das experiências transportei uma senhora para uma das piores favelas do Rio: A Comunidade do Jacaré. Ela perguntou se eu iria, eu concordei e disse, muito rápido, que o medo não pode nos dominar, especialmente logo depois de pedir em oração que Deus me guardasse em mais um dia de trabalho.
Foi a senha para rapidamente a senhora me contar sobre a perda de um filho, de 10 meses, para uma pneumonia. E como se não bastasse logo a seguir, ao tentar engravidar novamente, perde o bebê com 3 meses de gestação. Em suas palavras, ela me disse: "queria recuperar a minha fé, e não me sentir tão mal por ser tão revoltada contra Deus".
Confesso que meu coração gelou, e doeu. Mas pude dar uma certeza àquela irmã, mesmo que estivesse parado ao lado do ponto de venda de drogas e me sentindo um pouco inseguro ali. Disse a ela, através do salmo 56.3, que é possível e permitido sentir-se insegura e amedrontada. Revoltada e sem explicação. Mas que ainda assim, pela força do amor de Deus, podemos permanecer confiando.
Fiz uma breve oração, e nos despedimos. Fui Igreja. Sem templo. Sem grandezas no púlpito. Sem ofertas de promessas ou sacrifícios. Sei que aquela mulher não é uma pecadora amaldiçoada, mas mais uma vítima da injustiça. E ela não precisava se sentir mais culpada.
Amanhã conto a outra história, que se completa e encaixa com esta.
Graça e paz, sempre.
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