O Cais sem amarras
Ao olhar esta imagem pensei
em como precisamos lidar com desafios. E o que conta na verdade é como lidamos
com eles, como somos afetados e de que maneira damos uma resposta ao mundo
quando somos pressionados.
A imagem me impressiona porque
ela aponta para o horizonte, a partir de um cais – todavia este cais não possui
aquelas estacas característica dos atracadouros. Ou seja, é muito mais um lugar
de partir do que um lugar de ficar.
O que me faz pensar em como
temos a tendência de ficar, de estagnar quando as pressões da vida e dos
acontecimentos nos dão aquela rasteira imprevisível, aquilo que não esperávamos
que fosse acontecer. Geralmente são as perdas nossos maiores inimigos.
Elas funcionam como amarras
nos ancoradouros. Prendem-nos a sensações e emoções que nos fazem parar,
estacionar, ancorar. Mas não é um ancorar positivo, como muitas embarcações
fazem – carregar e descarregar, negociar, crescer, produzir.
É um ancorar no medo, na
angústia, na saudade da liberdade que o oceano proporciona. A dor da perda é
paralisante. Talvez você já tenha ouvido ou lido esta frase inúmeras vezes. Mas
o que esta bela imagem parece dizer é que não somos obrigados a permanecer no
cais. Podemos partir. Sim, podemos.
Olhando a imagem vejo o sol
se pondo ao longe, no entardecer de um dia qualquer, quase anoitecendo. Minha
dica para você então é: não perca mais tempo. Não há mais amarras no cais. Não
existe um atracadouro. Somente o deck e o oceano. Suas dores não são amarras
irreais.
Mas permanecer no cais é
decisão individual. Siga o sol, siga a luz da liberdade. Liberdade, esse é o
nome deste mar.